Sempre achei a simplicidade muito poderosa .
Achava bonito linhas minimalistas, o preto e o branco (juntos e separados); a beleza pura, o cabelo sem penteado, a cor da boca aparecendo… As sardas, uma mulher vestida de longo, os pés descalços, as flores do campo (sem misturar) num vaso…
É que simplicidade cai bem em tantas coisas…
E entendo: ela não parece fácil de conquistar.
Talvez porque a gente ouve sempre que “a primeira impressão é a que fica”, “que sua imagem vale mais que qualquer palavra”, “que o mundo é dos fortes”. E tudo isso é sem querer “guardado” na gente como se não fossemos suficientes.

Porque “para sair pro mundo a gente precisa de uma armadura”?!
O que vestimos, as frases feitas, as conversas de elevador são as roupas que a gente coloca por cima de quem somos, na esperança de sermos vistos, ou aceitos, ou até de estarmos invisíveis. Inclusive para nós mesmos.

A simplicidade é para mim uma conquista.

É uma vitória que cada um enxerga da sua maneira.

Às vezes é entender que uma amizade não é “troca verdadeira”, e seguir confiante mesmo assim.

Em outras, é aceitar estar calado, mesmo quando tudo ao redor espera que você grite.

É vestir o que te completa, como se a roupa fosse pro lado de dentro.

É se orgulhar do suco servido nos copinhos de extrato de tomate, numa casa limpinha e cheia de plantas; é manter as palavras e os trejeitos que só sua família conhece; é repetir várias vezes aquela música que te dá coragem.

É ousar ser você, mesmo, apesar de suas atitudes honestas e “low profile” não estarem na lista das coisas que “um empresário de sucesso faria”.

É acima de tudo, reconhecer o que é simples ao nosso redor, e entender que o preço pago por essa conquista é a coisa mais requintada que existe.

Que a gente possa sempre se lembrar que somos suficientes. Em primeiro lugar.
O que somos vale. Muito.

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