Ontem a Liliane Coelho falou sobre a Malu Mader e sobre como ela a ajudou a construir seu estilo.

Posso dizer que bebi da mesma fonte, e sempre me encanta a possibilidade de enxergar que mesmo sendo irmãs gêmeas, recebemos as informações de vida de uma forma diferente.  E externamos isso de maneiras diferentes.


Foi uma alegria enorme ler as palavras dela.  Acho que todo mundo que ler vai sentir isso. Como é bom quando nosso coração é correspondido.  Quando alguém coloca palavras nos nossos sentimentos.


Que alívio.  Que sensação de pertencimento.  Obrigada, Li. Fiquei pensando nisso e nas minhas referências, que acabam sendo muito misturadas com as dela.  Vivemos juntas.  Em tudo. Daí, encontrei essa foto.


E acho que a minha tradução sobre meu estilo ainda demora um pouco para sair. Sei que ele passa por botas de galocha que alguém usou na fazenda, por Jane Birkin e suas bolsas de palha, por várias francesas desconhecidas pelo resto do mundo…


Mas ele começa na ausência de cores. Começa no preto e branco.  Que toma 99,9% do meu armário. E o mais bonito disso é que encontrei essa resposta nas fotografias.  


Entendi que de todos os acessórios que existem, colares e sapatos são meus favoritos.  E eles preferencialmente não tem saltos.  Se pudesse aliás, meus sapatos seriam pés descalços.


Entendi que odeio parecer arrumada demais.  É quando mais me sinto deslocada.  Entendi porque eu sempre quiz usar o conjunto com outras partes, e fazer saias virarem vestidos.


Apesar de odiar ouvir nossa mãe perguntar se “eu não ia pentear o cabelo” – e até hoje ela diz isso – sempre gostei de pentear molhado.   E só. 

Entendi porque rímel é minha maquiagem preferida desde sempre.  (É que ele revela o que acho mais lindo nas mulheres: os olhos.)

Entendi que todas as fotos de pessoas que me chamaram a atenção eram em PB e assim, eu pude olhar verdadeiramente para elas.

Nessas fotografias, mesmo em um tempo difícil como esse que vivemos, encontrei minha relação com a Li.  De curiosidade, de alegria, de euforia e admiração.

Encontrei poesia e um fundo de beleza.  Triste.  Mas ainda bonito.


E acima de tudo, encontrei um ponto de partida para revelar a forma que escolho me apresentar na vida.

E sim.  Eu acredito que o que a gente veste fala.  E acho isso bonito.


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