Hoje ouvi o primeiro capítulo da minisérie da @lilianecoelho_ .
Ela sempre pede minha opinião nas coisas importantes da vida, e eu, sempre começo só depois que ela diz que está bom e que devo continuar.
Andava sumida daqui. E dessa vez, não foi o tempo. Não esse que corre do lado de fora, no relógio sincronizado de todo mundo.
Era esse tempo de dentro. Que é só nosso. Onde a gente se investiga, se dá muitas broncas, se responde, e depois se cala. Até entender e voltar a falar.

Teve cobrança interna, palavras soltas no bloco de notas… Parágrafos falando sozinhos.
E o motivo é que este ano tem sido demais. Admito. Até para quem é resiliente e teima em ser otimista.
E quando entendi isso, aceitei que era hora de desenrolar os fios, separar os gomos, colocar lado a lado o que era comum, e deixar em prateleiras separadas o que não conversava com o resto do grupo. Porque sim, temos em nós mesmos várias bandas. E às vezes, a que dá liga e afia a conversa tá precisando de uma viagem.

Quando ouvi a Li recitar parte de seu texto e falar de forma tão clara sobre o que é escrever para ela, entendi.
Entendi que para escrever, nossa voz precisa querer sair. E que ela só sai quando as conclusões ou as idéias estão livres. E a gente também.

Entendi que sempre foi simples para mim sentar e deixar meu coração sair pela ponta do lápis. Era simples, e mesmo assim, nunca fácil. Porque para isso a gente precisa ter coragem. Inclusive para admitir que não sabe. Não sente. Não quer dizer.

Essa pausa aqui é sobre tudo isso. Por coisas que recebi neste ano.
Algumas foram surpreendentes e tão grandes que me tiraram a fala.
Outras foram presentes em forma de pessoas, alegrias reconhecidas em alguma coragem ou palavras escritas aqui.
Foi nossa família perdendo e ganhando do jogo da vida.
Foi meu trabalho estacionado por meses bem longos.
E especialmente, foi um encontro – dos grandes – comigo mesma. Que aliás, continua acontecendo.
Que bom é poder olhar para um ano quase acabando e entender que o que parecia tão ruim, fez muito mais bem do que mal.
E para você que sempre tira um tempinho para escrever ou se manifestar me encorajando: estou aqui.

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