Um tanto mãe

Eu não pensava em ser mãe. Talvez porque, na minha geração, as mulheres tenham se esforçado um tanto pra ter o direito de ser outras coisas. Escolhi ser independente, ter uma carreira, aprender a confiar em mim e a não deixar que os outros me dissessem do que sou capaz. Que bom que escolhi tudo isso, filho porque, quando você chegou, eu estava pronta.

Pronta pra aprender a segurar um bebê, trocar fraldas e entender o significado de cada choro. Pronta pra abrir espaço pra outra pessoa na minha vida além do seu pai e da nossa família.

Pronta pra aprender a brincar, pra observar o mundo sem tanta pressa, pra ensinar o que aprendi, pra aprender com você.

Daqui a alguns meses, a gente comemora 10 anos de história juntos. Um tempo delicioso que me tem feito maior e mais consciente do que é realmente importante.

Um tempo no qual cada dia conta, cada conversa no carro, cada abraço antes de dormir, cada febre que a gente vence.

Amo nossa vida juntos, filho. Amo descobrir o que não sei pra te contar. Amo ouvir suas conclusões inteligentes, suas perguntas curiosas e as flores que você me trazia da escola e que guardo até hoje, nas páginas dos meus livros preferidos.

Amo ser sua querida, sua melhor amiga e chamar você de mil nomes diferentes. Amo tantas coisas simples e incontáveis que o único jeito de você entender é eu continuar dizendo: adoro ser sua mãe, você faz a minha vida mais feliz, te amo-amo daquele tamanho todo que não tem fim.

Que você cresça assim, do jeitinho que tem sido até aqui: gentil, curioso, criativo, questionador…

Que a sua vida seja leve. Que seu mundo seja o meu, por muito tempo ainda. Que quando chegar a sua hora de ir para abraçar o mundo, você esteja tão pronto quanto eu estava quando você chegou.

Obrigada por tudo. Sou um tanto melhor, como mãe, por sua causa, filho.