Esperar, sem duvidar. Se deixar cortar sabendo que, mais cedo ou mais tarde, tudo floresce. Invernar quando preciso, mas não se afastar da luz. Permanecer no caminho, mesmo quando ele parece incerto ou estreito. Olhar para o céu e não para o chão. Preferir nuvens em vez de névoas. Erguer os olhos e, junto com eles, a cabeça. Sacudir a poeira. Encontrar o prumo. Enxugar as lágrimas. Procurar em si mesmo. Misturar o canto ao choro até que só reste o primeiro. Ler os sinais. Não ter vergonha de cair. Estender a mão. Oferecer o ombro. Ficar junto, ainda que em silêncio. Ouvir o próprio coração. Aproveitar a própria companhia. Demonstrar amor. Aceitar ajuda. Caminhar sem pressa. Abraçar. Permitir que o sono chegue. Dormir. Tomar banho morno. Apagar as luzes. Mergulhar na música. Emergir dos livros. Correr. Dançar. Dançar correndo. Se deixar levar. Colecionar folhas. Ventar flores. Lavar os cabelos. Pisar na areia. Deitar na grama. Andar à cavalo. Seguir firme. Ser forte. Ser vulnerável. Ser grato. Desejar o bem. Estar presente. Sorrir por dentro. O nome disso tudo é esperança. Esperar com confiança. Essa coisa bonita que acontece quando alguém (ou alguma coisa) acende Deus dentro da gente. Hoje ela tem nome, pai. E é o seu. São cinco meses e, a partir daqui, vou ser mais alegre do que triste. Porque é isso que você merece.

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